A tragédia ocorrida em Santa Maria RS não sairá de nossa memória nem das
manchetes de jornal tão cedo. Tanto pela quantidade de vítimas fatais, quanto
pelo fato de percebermos o quanto corremos riscos em certos lugares sem nem
notarmos. O que chama atenção também é que a grande parte das vítimas pouco tem
haver diretamente com o fogo, mas indiretamente, pela fumaça gerada da queima
do isolamento acústico da boate. Este é o assunto que iremos abordar: “a Química da fumaça assassina” para que
possamos entender melhor as reações químicas que ocorreram no organismo humano.
A morte das pessoas foi causada pela combinação de dois gases, os quais
são: gás cianeto e monóxido de carbono. A inalação do gás cianetoocorre
rapidamente, este gás é um dos mais tóxicos podendo variar entre alguns
segundos e poucos minutos. O gás age no interior das células, inibindo o
consumo de oxigênio, quando a célula entra em contato com ele, morre. No corpo,
o gás se liga à mitocôndria e para de produzir energia, “é como se as células
estivessem com falta de ar, pois há oxigênio insuficiente no corpo e elas não
conseguem usá-lo”. Associado a esse gás, as pessoas também inalaramo monóxido
de carbono, comum em casos de combustão de material orgânico. Esse gás se liga
à hemoglobina de forma mais poderosa do que o oxigênio impedindo ou
dificultando a ligação do oxigênio.Nesses casos, as pessoas ficam com as
extremidades arroxeadas por causa da falta de oxigenação.
Abaixo temos a representação de uma molécula de monóxido de carbono ligada a uma molécula de hemoglobina. O monóxido de carbono e o cianeto ligam-se ao mesmo sítio.
Abaixo temos a representação de uma molécula de monóxido de carbono ligada a uma molécula de hemoglobina. O monóxido de carbono e o cianeto ligam-se ao mesmo sítio.